Com certeza sabemos que as pessoas são muito difíceis de contentar-se com algo. Dessa forma, as empresas, principalmente as pequenas e médias, tendem a sofrer mais, justamente por não conseguirem satisfazer os desejos e/ou expectativas dos seus funcionários, sobre tudo aqueles considerados mais inteligentes e talentosos.
Por isso, que perder bons funcionários está entre as grandes preocupações da maioria dos empresários, que, em contra partida, tem medo de investir nesses colaboradores e perdê-los para os concorrentes por salários que nem sempre é possível cobrir. Infeliz engano. É claro que é preciso preocupar-se com esse tipo de situação, contudo, não se deve esquecer que é imprescindível para as empresas atrair, manter e motivar esses colaboradores.
Mas fica a pergunta. Como fazer isso? De antemão, posso adiantar que não é uma tarefa das mais fáceis, todavia, não é impossível.
Primeiro, é preciso que as empresas façam uma pesquisa para saber se a remuneração paga a esses colaboradores está dentro da média do mercado.
Segundo, faça uma pesquisa interna para saber o que esses colaboradores mais prezam na empresa, o que fariam eles deixarem de trabalhar nela e o que os deixam satisfeitos para trabalhar nessa organização.
Partindo desses dois pontos fica mais fácil ter argumentos para manter esses colaboradores na empresa, reforçando os benefícios que os colaboradores citem na pesquisa como diferenciais da organização.
Uma boa notícia para as empresas é que uma pesquisa realizada pelos professores Rob Goffe e Gareth Jones, da London Business School e publicada no livro Clever, mostra que dinheiro não é tudo para a maioria dos colaboradores, principalmente aqueles mais talentosos e inteligentes, onde o ambiente, as pessoas, os benefícios como flexibilidade de horário e menos cobranças são tidos como diferenciais para mantê-los motivados e retê-los na empresa. Ou seja, o estilo de trabalho da empresa pode ser mais determinante que qualquer outra coisa.
A pesquisa também revelou que gente inteligente não consegue conviver por muito tempo com chefes que ficam impondo ordens sem explicar as razões, que usam e abusam da autoridade como forma de persuasão e cobram execuções das tarefas em seus detalhes em vez de olhar para o resultado final. Ou seja, se você é líder de alguém com esse perfil profissional, evite cobranças exageradas em cima de pequenas tarefas, determine prazos, deixe o colaborador a vontade para elaborar sua maneira de trabalhar, acompanhe o andamento e concentre suas forças no trabalho final a ser entregue pelo colaborador.
A tabela a seguir ilustra o que dá certo e o que não dá certo para manter os talentos da sua organização.
FUNCIONA | NÃO FUNCIONA |
Ser persuasivo | Dar ordens sem explicar os motivos |
Dar explicações esclarecedoras sobre a estratégia da empresa | Recorrer à estrutura hierárquica como argumento |
Deixar claro o objetivo do trabalho | Descrever como fazer o trabalho |
Reconhecer resultados assim que forem atingidos | Pedir satisfação a cada etapa do trabalho |
Lançar desafios | Impor tarefas burocráticas |
Permitir horários flexíveis | Estipular horários |
Fonte: Exame PME, julho 2010